Aramaca é o alter ego de Francisco Marques Magalhães Neto, advogado com mais de 35 anos de carreira, que anualmente vem sendo elencado pela revista Análise Advocacia 500 como um dos mais adoramos profissionais de sua área no país. Nasceu em Salvador (BA), se criou no município de Valença, nas Costa do Dendê, e ali encontrou uma formação que viria a definir sua persona não só como advogado mas também como o fotógrafo autodidata que se tornou.
Francisco é viajante de toda a Bahia, mas também não teve medo de ser cidadão do mundo. Esteve em toda parte e ainda não viu o suficiente. Suas lentes o acompanham para capturar não só as luzes, mas todo espectro sensorial e intuitivo dos lugares por onde passa.
Mãos, linhas do tempo em rostos vividos, a força por trás da ferramenta de trabalho: são essas as nuances que seu olhar quer captar. “As fotos antropológicas fazem pensar mais na vida. As marcas do tempo, as paixões na vida das pessoas, são a coisa mais completa que existe, mais completa que o céu, até”, acredita. Pois é dessa crença que partem seus encontros pelo mundo: a busca por refletir sobre a vida a partir do prazer e da surpresa que é o encontro com o próximo.
A natureza e o urbanismo têm igual espaço nos registros de Aramaca. A relação do ser humano como agente transformador de seu meio ao mesmo tempo que é transformado por ele é seu objeto de investigação, não porque espera descobrir ali uma grande revelação, mas justamente por saber que é um mistério belo demais para ser desvendado.
Mais que impressões de viagem, Caminhos por Onde Andei retratam ambientes nos quais a vida acontece. “Tem gente que preferiria morar em um asteroide, como na literatura francesa, e mudar a cadeira para ver o sol se por. Eu mudaria minha cadeira para ver o sol nascer. O advogado pensa no fim; o fotógrafo pensa no início: o início dos tempos, o início de tudo”.